Polímeros da borracha
As
propriedades de uma substância química estão relacionadas com sua estrutura
molecular. Como exemplo, podemos pensar na borracha natural. A forma na qual as
moléculas deste composto estão dispostas confere elasticidade ao material.
Esta propriedade não é, contudo,
permanente em todas as situações. Com o aquecimento, ocorre perda de
elasticidade e endurecimento da borracha. Este fenômeno sempre atraiu a atenção
de cientistas e foi resolvido por Charles Goodyear.
Este cientista, filho de inventor, possuía uma intuição fabulosa que só não o livrara das prisões devido a dívidas financeiras. Quando esteve preso pela primeira vez, Goodyear teve tempo suficiente para pensar em um método que livrasse a borracha da perda de elasticidade com o aquecimento.
Sua idéia era simples: bastava aquecer a borracha com enxofre. O método funcionou, porém, não se sabia o porquê do sucesso. Posteriormente, foi esclarecido que o poliisopreno (borracha natural) incorporava em sua estrutura o enxofre, o qual formava “pontes” com outros átomos de enxofre de outras moléculas da borracha. Isto permitia uma maior resistência à perda de elasticidade no aquecimento pois as moléculas mantinham a disposição inicial com apenas poucas alterações.
Goodyear recebeu a patente por sua
descoberta, porém, não obteve sucesso financeiro e acabou morrendo em 1860,
pobre e endividado. A companhia que hoje leva seu nome não tem nenhuma ligação
direta com a família Goodyear e propôs a compra do processo de vulcanização por
uma quantia irrisória de dinheiro. A família, endividada, viu-se na obrigação
de aceitar a oferta. Seu nome foi mantido na companhia em honra à sua pessoa.
O processo sugerido por Goodyear foi
chamado de vulcanização em referência a Volcano, deus do fogo. Hoje, o método é
muito utilizado principalmente para o preparo de materiais para a indústria
automobilística.
Atualmente, substituintes sintéticos
da borracha natural estão sendo utilizados. O estireno-butadieno é um deles. Este composto foi sintetizado pelos alemães em
1930 e aperfeiçoado pelos norte-americanos durante a Segunda Guerra Mundial. A
síntese ocorre pela polimerização de 75% de butadieno e 25% de estireno.
O neopreno é um outro polímero formado a partir da polimerização do cloropreno, também muito utilizado na indústria. A
produção industrial do neopreno foi desenvolvida por Wallace Carothers, o mesmo
homem que criou o nylon.
Além dos materiais sintéticos que
são conhecidos com o nome geral de “borrachas”, muitos outros polímeros são
utilizados atualmente na produção de plásticos dos mais variados tipos
As borrachas sintéticas são mais resistentes ao calor e a solventes de hidrocarbonetos, o que justifica seu uso em mangueiras de bombas de gasolina e em tampas para utensílios de laboratório.
Referência: The Extraordinary Chemistry of
Ordinary Things, C.H. Snyder, 2nd
edition, Jonh Wiley & Sons, New York, 1995, p 198-199